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Marco Archer em vídeo na internet / Youtube |
No último sábado (17), o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53 foi fuzilado na Indonésia. Preso desde 2003, o brasileiro foi condenado por transportar drogas e tentar entrar no país com 13 kg de cocaína que estavam preso em um tubo metálico de uma asa delta. Mesmo com a tentativa de intervenção do governo brasileiro, da anistia internacional e outras autoridades não houve perdão, e Archer foi executado. Ele mesmo não acreditava que teria tal final triste.
Vamos pensar em uma realidade totalmente utópica e se essa lei tão rigorosa fosse executada no Brasil quantos não seriam os brasileiros e até mesmo estrangeiros executados anualmente, já que basta assistir o noticiário na TV ou ler o jornal diário e é possível ver a quantidade de drogas que são apreendidas diariamente. Na Indonésia fumar um mero "baseado" é motivo para pena de até oito anos de prisão e a apreensão de certa quantidade a pena capital é aplicada. Na Indonésia aproximadamente 70% da população é a favor da pena de morte para traficantes. Quantos será que apoiariam no Brasil? E penso, o que seria de nossos vizinhos, parentes se tal lei fosse aplicada por aqui? Já que no Brasil a taxa de usuários de drogas é grande demais, de acordo com estudo da Fiocruz de 2013 nas grandes cidades brasileiras há por volta de 370 mil usuários de crack, sem somar com os usuários de cocaína que dariam no total 2,6 milhões de usuários. Não adianta dizer que não conhecemos algum usuário, eles estão em toda parte, na fila do banco, no transporte público e até mesmo dentro de casa, só não sabemos ou fingimos não ver.
Não que eu queira dizer que o Brasil é um país de viciados, mas é a mais pura realidade. Basta pensar apenas em amigos, conhecidos e com certeza um deles será usuário de alguma droga ilícita, seja ela maconha, cocaína, crack e agora o poderoso oxi que futuramente irei abordar um texto futuro sobre o assunto. É quase que impossível que entre os 1,5 usuários de maconha não haja um só usuário conhecido. Mas isso é Brasil e cada um faz o que quer de sua vida. Mas voltando ao assunto...
A Cracolândia aqui em São Paulo, que hoje é um dos grandes problemas do cenário paulista seria erradicada se fossemos uma Indonésia, mas aqui tudo é diferente, eles recebem o chamado "bolsa crack" - Programa Anticrack De Braços Abertos e tudo está certo ou dará certo no final, afinal o chute inicial já foi dado e agora só basta acreditar, mas em meu mero ponto de vista, essa não é a solução.
É claro que sou contra a execução de usuários de drogas, mas é necessário saber que a causa dos roubos, assassinatos que hoje em dia somos obrigados a conviver de braços cruzados tem por maior responsável os usuários de drogas que se tornam viciados e muitas vezes sem dinheiro para a compra da droga acaba assaltando trabalhadores que se locomovem pela cidade e até mesmo cometendo latrocínio de maneira banal.
É claro que não vamos virar uma Indonésia, longe disso, não iremos perder nossos amigos, nem parentes, conhecidos que seja por uma execução de fuzilamento devido ao tráfico de drogas, mas sim a cada dia que passa para viciados em drogas que matam e assaltam sem pestanejar, estima-se que anualmente 60.000 pessoas são mortas no Brasil vítimas de homicídio, um triste número. E fica uma pergunta no ar, de quem é a culpa? A culpa é das estrelas ou melhor de uma única estrela.
E por lá na Indonésia é importante citar que há mais um brasileiro que deve ser executado em fevereiro pelo mesmo crime. Aguardemos o desfecho demais essa triste história.