Crime sem castigo, cada vez mais jornalistas são mortos pelo mundo e
assassinos ficam livres.
Alberto
Lázaro del Valle (47), jornalista colombiano, famoso locutor de rádio, DJ,
produtor de eventos de músicas eletrônicas, pai de família. Saiu da rádio
Planeta, em Cali, após um dia de trabalho e foi alvejado por sete disparos após
ser interceptado por um taxi. Não tinha sofrido ameaças nos últimos tempos.
Guylain
Chanjabo, jornalista, apresentador de um programa de rádio no Congo desapareceu
no dia 5 maio de 2013, infelizmente alguns dias depois foi encontrado morto com
fortes evidências de homicídio com lesões no pescoço. Chanjabo já tinha sofrido
ameaças de mortes.
Rodrigo
Neto (38), jornalista do Vale do Aço na região leste de Minas Gerais, preparava
uma matéria bombástica que marcaria a sua volta ao jornalismo impresso, mas
antes que ele pudesse publicar a matéria foi calado por 5 tiros que foram
disparados por uma dupla em uma moto e assim a matéria que traria à tona o
esquadrão da morte que atua na região a qual tem a participação de policiais.
Tanto
Alberto, Guylain e Rodrigo até a presente data continuam com os seus assassinatos
sem nenhuma solução, todos eles aconteceram no ano passado. Jornalistas pelo mundo todo estão pagando com as suas
vidas por tentarem difundir ou até mesmo divulgar informações que muitas vezes não
devem ser divulgadas nos meios de comunicações e desta forma atraindo a fúria
dos mandantes destes atos cruéis que cada vez acomete à classe jornalística.
A ONU proclamou na última quarta-feira (29/10/2014) a data de hoje 2 de novembro como o dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes Contra Jornalistas. Neste ano de 2014 só aqui no Brasil 3 jornalistas foram calados, no ano passado, conforme gráfico logo abaixo 5 jornalistas. E não para só por aqui, em 2014, 56 jornalistas foram assassinados, 21 jornalistas que usam o twitter tiveram o mesmo fim, 178 jornalistas foram presos e 177 jornalistas que usam o twitter foram presos, é uma profissão perigosa, os dados acima é da ONG Repórteres Sem Fronteiras que trago alguns números abaixo.
De
acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo menos 736 jornalistas,
93 assistentes de mídia e 61 jornalistas cidadãos foram mortos desde 2002. Já o
CPJ - Comitê de Proteção de Jornalistas indica que este número é no Brasil
desde 1992 liderado por jornalistas que cobriam corrupção com 62% das vítimas
seguidas por 46% que investigavam crimes.
Em uma recente pesquisa, foi computado que a cada cinco
dias, ao menos um jornalista é assassinado pelo mundo em exercício da profissão
o que acaba assustando a categoria. “Eu não sou jornalista investigativo, mas
posso te dizer cara, se eu fosse eu
teria muito cuidado, a minha área de atuação é mais tranquila, trabalho na
cobertura de esportes em um jornal impresso em minha cidade, mas posso te dizer
que quem perde é a população, pois eles querem calar o direito à liberdade de
expressão”, disse um jornalista esportivo entrevistado.
A
ONU em seu programa “Plano de ação das Nações Unidas sobre a segurança dos
jornalistas e a questão da impunidade”, diz que 90% destes crimes dos quais os
jornalistas são vítimas acabam impunes, algo como 9 de cada 10 casos acabam
ficando sem solução. Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU em um vídeo de uma
campanha afirma que um jornalista é morto a cada semana e aponta números que assustam,
nos últimos 10 anos mais de 600 jornalistas foram assassinados, dos quais 121
foram mortos em 2012.
Realmente
a impunidade é um problema que faz com que os jornalistas vivam com medo
“Muitas vezes o jornalista é vitimas de ligações e intimidação, creio que
deveria haver uma investigação da polícia federal, o que certamente levaria aos
verdadeiros assassinos que na maioria das vezes são os mandantes”. Afirmou o jornalista anônimo. Atualmente segundo os últimos dados divulgados pela CPJ a Nigéria tornou-se
o pior país para o jornalista exercer a profissão, a impunidade impera. Nos
dados de 2012 a Nigéria nem aparecia na lista de impunidade, mas isso se dá
devido aos ataques milicianos no norte e conflitos políticos em todo o país.
Também notou-se um aumento em países como o Brasil, Paquistão e Somália e
notável foi melhora da Rússia e do Nepal que deixaram a lista de países que
mais atacavam a imprensa.
RANKING DA IMPUNIDADE 2013
|
Ranking
|
Nação
|
Crimes Impunes
|
1
|
Iraque
|
93
|
2
|
Somália
|
23
|
3
|
Filipinas
|
55
|
4
|
Sri Lanka
|
9
|
5
|
Colômbia
|
8
|
6
|
Afeganistão
|
5
|
7
|
México
|
15
|
8
|
Paquistão
|
23
|
9
|
Rússia
|
14
|
10
|
Brasil
|
9
|
11
|
Nigéria
|
5
|
12
|
Índia
|
6
|
Fonte: Committe to protect Journalist (CPJ)/Maio – 2013
É necessário muito amor pela profissão depois de ver estes números que mais assustam que alertam. Por sorte eu amo a minha profissão. Espero que este número tenha uma melhora após a medida da ONU, dando assim visibilidade e claro espero não fazer parte destas estatísticas e para encerrar segue um mapa da liberdade de imprensa pelo mundo.